Monday, August 23, 2010

A crise e o pato

Uns meses atrás eu escrevi que americano não sabia que o país estava em recessão. Hoje eu confirmei isso mais uma vez.

Minha chefe me deu a segunda-feira de folga. Eba... Só que choveu o dia inteiro. Sortuda eu, não? Bom, como não tinha muita coisa pra fazer, fui bater perna no shopping e namorar coisinhas pra futura casa nova. Queria mesmo era achar (e achei!) uns trecos de colocar debaixo dos móveis para facilitar na mudança.

Segunda-feira, no meio da tarde com chuva... Pensei que o shopping ia estar vazio. Pensei errado. O estacionamento estava lotado e acho que NJ inteira estava dentro do shopping. Gente, cadê a crise? Tinha gente em tudo que era loja e gente cheio de sacola. Tudo bem que é a última semana de férias escolares, mas pensei que os shoppings estivessem vazios por causa da tão falada recessão. Ai, como me iludo... rs...

Como eu odeio multidão, entrei, achei meus trequinhos, fui numa loja de decoração, namorei umas coisinhas e voltei pra casa. Bem no sinal na saída do shopping um pato decidiu atravessar o cruzamento e todos os carros pararam pra esperar o bonito passar bem tranquilo e calmamente. Americano pode ser o povo mais consumista do mundo, mas pelo menos alguns têm consciência ecológica e não atropelaram o pato. Gostei de ver.

Saturday, August 21, 2010

Aventuras na cozinha parte II: pizza de brigadeiro

Ando aventureira na cozinha... Pra falar a verdade, nem sei porquê, pois estou numa dieta super rigorosa há 5 semanas e não posso comer nada além de verdura e legume...

Outro dia foi coxinha, agora foi pizza de brigadeiro. Um amigo meu (Nertil) abriu uma pizzaria aqui por perto. Daí a minha amiga metade brasileira, metade americana (Gisele) falou pra ele que tinha uma tal de pizza doce que faz sucesso no Brasil. Nem sei se faz, mas ele acreditou e ficou curioso. Depois de alguns pedidos eu acabei indo lá fazer uma pizza de brigadeiro pra ele. Olhei uma receita na Internet, claro.

Meu amigo Nertil, dono da pizzaria


A primeira tentativa foi há umas semanas atrás. Fiz o brigadeiro na cozinha do restaurante e o pizzaiolo fez a massa da pizza. Segundo a receita da Internet era pra assar a massa pela metade, colocar o brigadeiro e colocar de volta no forno pra terminar de assar. Então, depois da massa estar assada pela metade, colocamos o brigadeiro e adicionamos bananas e morangos... Colocamos de volta no forno a lenha e queimamos o brigadeiro... Só nas bordas. Tirei o queimado, a cara não ficou lá grandes coisas, mas todo mundo que comeu disse que tava uma delícia. Eu não experimentei...


Pizza de brigadeiro com as bordas queimadas


Até então eu tinha achado que todo mundo tinha gostado só pra me agradar. Só que hoje o Nertil ligou e perguntou se eu podia fazer pizza de brigadeiro outra vez. Pelo jeito meus dotes culinários são melhores do que eu pensava. Ou talvez seja porque ele nunca comeu brigadeiro antes e, como todo mundo, viciou... rs... Pedi a ele pra providenciar o leite condensado e o chocolate em pó. Mas confesso que eu estava com certa preguiça de fazer a tal pizza. Fazer brigadeiro em cozinha de restaurante é muito complicado. Tem um tanto de gente andando pra lá e pra cá e parece um inferno de tão quente.

Como o Nertil não tinha providenciado nenhum dos ingredientes, eu o levei num supermercado que vende produtos brasileiros. Achei brigadeiro pronto da Nestlé em vez de leite condensado. O brigadeiro em lata foi O achado do fim de semana (e a salvação). Além de ser muito menos trabalhoso, não queima no forno a lenha.

Ele ainda comprou côco ralado e dessa vez, em vez de fruta, colocamos côco no brigadeiro. Segundo ele, a pizza ficou mais gostosa que a outra. A aparência ficou 1000% melhor, com certeza. Ele disse que a combinação côco/brigadeiro é melhor do que brigadeiro/fruta. Minha intuição diz que é porque o brigadeiro de lata é mais gostoso que o meu que queimou da outra vez... rs... De qualquer forma, todo mundo adorou. Se continuar desse jeito, vou ter que mudar de profissão e virar chef... hahaha

Pizza de brigadeiro com côco

Pena que estou de dieta e não pude experimentar de novo... Ai, que dureza...

OP em promoção no Walmart

Não vou dizer a minha idade, mas quem é da minha época lembra da marca OP. Era um sucesso quando eu era adolescente e caríssima. Só tinha no BH Shopping, se me lembro bem. Aliás, o BH Shopping era praticamente o único shopping de Belo Horizonte quando eu era criança...

Anyway, estava eu batendo perna no Walmart outro dia e, passando pela parte de roupas, vi uma etiqueta enorme da OP em promoção. A logomarca era igual a da antiga OP que eu lembrava. Pensei "deve ser outra OP". Pra dizer a verdade eu nem sabia que a OP ainda existia. Cheguei perto pra confirmar se era a mesma marca. Pois não é que era? Ocean Pacific. A peça em promoção era uma camiseta a US$ 9,00. Já pensou? R$ 18.00 por uma camiseta? Acho que nem nas Lojas Americanas... rs...

Não que eu tenha preconceito, mas pensei comigo "que decadência"... Do shopping mais caro de BH pro Walmart, supermercado popularzão dos EUA... Fiquei pensando comigo o que aconteceu com as outras marcas carésimas da minha época: Zoomp, Forum, Vide Bula, entre outras que nem lembro mais o nome. Será que foram parar no Walmart de Contagem?



Friday, August 20, 2010

Lost in translation

Não, não é do filme da Sofia Coppola com a Scarlett Johansson e Bill Murray que estou falando... É da minha falta de vocabulário (e de proficiência culinária) mesmo... Tem dias que dá um branco e não consigo traduzir as coisas direito. Foi o que aconteceu no fim de semana.

A bonita aqui inventou de fazer coxinha... Peguei a receita na Internet e fui me aventurar na cozinha. Uma amiga metade americana, metade brasileira (Gisele) veio me ajudar. A receita estava em português, por isso fui procurar alguns dos ingredientes num supermercado que vende produtos brasileiros. Só que não achei o ingrediente principal para a massa: farinha de trigo.

Então eu traduzi. Farinha de trigo = wheat flour. Eu e minha amiga fomos pro supermercado procurar a tal "wheat flour". Chegamos lá e fomos direto na parte que vende farinha. Achei bread flour (farinha de pão), rice flour (farinha de arroz), cake flour (farinha de bolo), entre várias outras que nem sei traduzir. No meio delas tinha "all purpose flour" (tradução ao pé da letra é farinha para qualquer coisa) e whole wheat flour (farinha de trigo).

Aí começou o problema. Qual era a farinha certa? Eu sabia que dá pra fazer bolo com a "all purpose", mas a que tinha "wheat" no nome era a outra. Depois de 10 minutos olhando que nem duas idiotas pros dois sacos de farinha (que aqui é de papel então nem dava pra ver como era a farinha) resolvemos trazer a "whole wheat flour"... Chegamos em casa e abrimos o saco. A farinha era meio marrom, meio estranha.

Agora olhem o retardamento... Aqui qualquer coisa "whole wheat" é integral. Mas claro que isso nem passou pela minha cabeça de vento enquanto eu estava lá no supermercado encarando os sacos de farinha... Resultado: consegui fazer a massa da coxinha e fiz a primeira coxinha integral da história da culinária... Será?

Aos amantes da vida saudável: não se animem. Depois de fritá-las, a parte "integral" foi pro beleléu... rs... Como estou de dieta, só comi uma, mas e posso comprovar que ficaram gostosas. Minha amiga e o John (a cobaia) também gostaram. E ainda fizeram o maior sucesso no meu trabalho entre os americanos. Levei o que sobrou pra lá pra não cair na tentação de comer em casa...


Detalhe: a tradução de coxinha pro inglês é chicken balls... rs

Minhas coxinhas :)

Wednesday, August 18, 2010

Banheiro da Barbie

Como disse num outro post, passei os últimos meses procurando casa para comprar. Durante a minha busca, não só descobri que americano adora carpete e painél de madeira na parede como também que rosa foi a cor mais popular de banheiro nos anos 50 por aqui.

Não sei se foi coincidência ou se foi pelo preço das casas que eu estava olhando, mas vi muitas, mas muitas casas com o tal banheiro rosa. Na primeira, pensei que o dono é que tinha mal gosto mesmo. Daí comecei a ver o tal banheiro de azulejo rosa com certa frequência. E fiquei encucada...

Tem banheiro todo rosa, rosa com preto, rosa com azul, rosa com marrom, rosa com branco... Como se rosa fosse uma cor neutra que combinasse com tudo... É uma overdose de rosa: azulejos, banheira, pia e privada rosas. Terrível, terrível.


Banheiro rosa modernizado (Save the Pink Bathrooms)

Resolvi pesquisar e descobri que rosa foi a cor mais popular de banheiro nos anos 50 por causa da Primeira-Dama da época Mamie Eisenhower. Rosa era a cor preferida dela e acabou virando moda nos anos 50 e 60. Até as bolinhas de algodão da primeira-dama eram cor-de-rosa. Já pensou? No fim das contas, no auge da moda os EUA ganharam cerca de 5 milhões de banheiros rosa... Haja rosa...

Descobri ainda que existe um site chamado Save the Pink Bathrooms e que um grupo até grandinho de pessoas aderiu a ideia de manter a cor rosa nos banheiros e dedica tempo tentando "salvar" os banheiros rosa nos EUA dando dicas de decoração para os não tão amantes da cor-de-rosa. Como eu, por exemplo.

A minha futura não tão nova casa, construída nos anos 50, tem uma cozinha com armários turquesa e 2 banheiros cor-de-rosa. Ugh!!! Como não vou ter muito din-din de sobra com a compra da casa para todas as reformas, vou ter que escolher qual será a primeira reforma. E estou achando que terei de manter os banheiros cor-de-rosa por um bom tempo...

Melhor eu começar a ler as dicas de decoração para dar uma melhorada no banheiro rosa... Se é que tem jeito...

Alguém aí tem dica pro meu banheiro Barbie? Ainda não tenho foto, mas prometo postar assim que me mudar...

Se você ficou curioso para conhecer o blog dos banheiros rosa, visite o site: http://savethepinkbathrooms.com/



Uma das seguidoras do movimento Save the Pink Bathrooms

Six Flags

Como estou atualizando o blog, vou escrever vários posts hoje... Tenho um monte de assunto atrasado.

Outro dia fui a um parque daqui de NJ chamado Six Flags. É como o Hopi Hari de São Paulo, acredito. Nunca fui ao Hopi Hari, mas sei que tem montanha-russa. Eu ODEIO montanha-russa e até hoje não entendi porque eu insisto em ir no Six Flags. E o pior é que já fui várias vezes e quase choro de medo toda vez. Ridículo.


Bom, mas dessa vez, como todas as outras, a Maria-Vai-Com-As-Outras aqui resolveu acompanhar as amigas. O Six Flags tem, além das montanhas-russas, um safari e um parque aquático. Sei lá porque nunca fui no safari nem no parque aquático. Acho que gosto de me torturar mesmo.

Então num belo dia de domingo, fomos eu e 4 amigas para o parque. Para a minha "sorte" o parque estava vazio, ou seja, não tinha fila para ir nas montanhas-russas. Normalmente a espera é de mais de uma hora para cada uma. Claro que eu e uma das meninas éramos as únicas medrosas do grupo e tivemos de ir em quase todas seguindo as corajosas.

Gisele, eu, Alexis, Merlissa e Lili


A pior de todas pra mim é uma tal de Nitro. A única coisa que te prende na cadeira é um trequinho na sua perna. Não tem nada no seu ombro pra segurar e o raio da montanha-russa, além de alta pra dedéu, vira de cabeça pra baixo duas vezes. Simplesmente horrível. O melhor são as fotos no fim. Todo mundo rindo com a mão pra cima e eu com a maior cara de pânico, com o maior bocão aberto e com a mão grudada no trequinho que segura a perna da gente...


O trequinho que segura a gente na Nitro


A segunda pior de todas é uma tal de Kingda Ka. Segundo o Six Flags é a montanha-russa mais rápida e alta do mundo. Duvido, mas... que é alta e super rápida, isso é. Acho que o percurso todo demora uns 15 segundos. Juro. Mas o treco é tão alto, mas tão ato... Dá frio na barriga só de lembrar. Não é a toa que a montanha-russa vive em manutenção. Eu jurei pra mim que nunca mais vou nessa... Se vou cumprir a promessa são outros quinhentos...

Kingda Ka


Pra minha sorte começou a chover no meio da tarde e o parque fechou a maior parte das montanhas-russas devido ao perigo de relâmpago. Fomos tentar ganhar um urso de pelúcia que uma das meninas queria e gastamos o resto do dia tentando acertar bolinha em lata de leite...

Na volta com o cachorro de pelúcia maior que a gente no carro...

Eu reclamo, faço cara feia, entro em pânico antes de cada montanha-russa, mas confesso que, no fim das contas, sempre me divirto. Foi um dia bem gostoso no parque com as meninas. Ah, minha garganta ficou dolorida uns 3 dias devido aos berros "eu vou morrer" nas benditas montanhas-russas. Mas isso é apenas um detalhe básico.

De volta ao mundo virtual

Estou de volta ao mundo virtual. O sumiço não foi porque eu estava sem Internet, como a minha prima Ana Paula Pedrosa, que anda as voltas com a Oi no Brasil, mas sim à falta de tempo. Literalmente.

Aqui não tem essa de bancário ter o melhor horário do mundo. As 7h30 já tem caixa trabalhando na minha agência e o último vai embora às 18h30. Meu horário muda semanalmente e devido às férias de verão quando todo mundo decide viajar (menos eu) andei trabalhando mais do que queria. Ah, e banco abre no fim de semana também então todo sábado eu estou na labuta.

Além disso, estava procurando uma casa pra comprar. Lembra que contei que minha casa tinha alagado em março? Pois então, passei esses últimos meses procurando casa no tempo de sobra. Demorou mas achei. :) Como é difícil achar casa para comprar aqui. A maioria das construções novas na minha região é em condomínios para pessoas acima de 50. Ou então sao casas tão caras que eu não tenho dinheiro nem para olhar...

Nesses últimos meses visitei tanta casa que tenho quase certeza que vi todas as casas a venda perto de onde moro. Não sei como está o mercado imobiliário no Brasil, mas aqui como casa é caro. Uma casa de 2 quartos, um banheiro, sala, cozinha e um quintalzinho custa quase US$ 300,000 em média. Credo... A minha tem bastante espaço, mas precisa de reforma... Acho que vou passar os próximos meses consertando casa no tempo de sobra.

Será que vai sobrar tempo pra vir aqui? Espero que sim.